“É tudo a mesma coisa; portanto, digo: Ele destrói o correto e o ímpio.” (Jó 9.22). Para
Deus, tanto faz o bom como o ruim. Engana-se quem acredita impressionar Deus com seus
aparentes atos de justiça e bondade. Isso é só o que você acha. Não se iluda. Você é tão injusto
quanto o pior juiz que tenha existido. Nenhuma bondade sua é capaz de impressionar Deus,
nenhuma mesmo, absolutamente.
Observe a história de Jó: “Havia um homem na terra de Uz, e seu nome era Jó. Ele era um
homem íntegro e correto, que temia a Deus e se desviava do mal.” (Jó 1.1) e era extremamente rico
(Jó 1.3). Seus filhos costumavam banquetear e, por temer a Deus, Jó sacrificava diversos animais
em favor dos filhos e filhas, pois temia que eles tivessem pecado contra o Todo-Poderoso. Pois é, já
percebeu que o camarada era realmente justo... mas o que aconteceu? Simplesmente perdeu tudo o
que tinha: os bens e os filhos, de uma só vez! (Jó 1.13-19) Por que aconteceu isso tudo a um
homem tão justo e reto? Leia Jó 1.6-12 e conclua: foi o próprio Deus quem permitiu. A história não
para por aqui. Houve um agravante: ele, de uma hora para outra, ficou horrivelmente leproso! Por
quê? Observe Jó 2.1-8 e conclua novamente: Deus permitiu esta desgraça a um homem tão bom e
piedoso, só para mostrar ao diabo quem tem o controle de tudo e de todos... como pode ser isto?
Deus colocou Jó na pior só para passar na cara do capeta, que não vale nem meia pataca? Que Deus
cruel! Ops?! Desculpe, mas você está redondamente enganado.
Deus faz tanto o bem quanto o mal (Isaías 45.7) e ninguém pode impedi-lo disto. Faz o que
quer, onde quer, quando quer, do jeito que quer, com quem quer, sem pedir permissão. Jó é
testemunha. Sua vontade é soberana, mesmo que aos olhos humanos não pareça boa, mas não
importa: Ele sabe o que faz e você não sabe de nada. Ninguém é justo diante de Deus, nem um
sequer (Jó 4.17; 9.2; 25.4-6). Por mais que se busque fazer o bem, para o Pai, não passa de trapos
de imundícia (Isaías 64.6a). Isto não significa que “fazer o bem” seja insignificante para Deus, mas
que isso não torna ninguém justo diante dEle, pois, apesar de você achar que é “bonzinho”, continua
na condição de pecador (e não adianta dizer que não peca... não minta! Admita! I João 1.8-10
garante esta verdade) e já é o suficiente para se afirmar, com toda certeza, que você é tão injusto
quanto um vil assassino. Esta é a sua sorte: Jesus Cristo! Ele morreu na cruz para pagar pelos
pecados que você cometeu e ainda comete. O verdadeiro justo diante de Deus é aquele que confia
absolutamente no Seu poder e não pratica boas obras para justificar a si mesmo, mas para glorificar
a Deus, único digno de glórias e honras.
Observando o livro de Jó se vê o mesmo questionando ao Senhor o porquê da sua repentina
desgraça (Jó 6.4; 7.5, 11, 20 e 21; 10.2; 13.23), mas você poderia se questionar: por que Deus
permitiria uma desgraça tal a um homem tão correto como ele? Do capítulo 38 ao 41 o Todo-
Poderoso faz uma série de perguntas a ele como quem poderia dizer: “Tu não entendes nada do que
eu faço. Eu criei e estabeleci todas coisas. Tenho o controle de tudo e faço tudo conforme a minha
vontade. Eu sei o que estou fazendo. Eu posso todas as coisas e nenhum dos meus desígnios são
frustrados.”, fazendo Jó admitir: “Bem sei que tudo podes e que nenhum dos teus planos pode ser
impedido.” (Jó 42.2). Por meio desta reviravolta, Deus revelou o Seu poder, glória e sabedoria
incomparáveis. Em toda a provação se relacionou mais íntima e sinceramente com Ele, passando a
conhecê-lo face a face e não apenas como um Deus bem distante que ele ouvia falar e que temia
desobedecê-lo (Jó 42.3b-6). Não confie na sua própria “justiça”, pois ela é ilusória, decerto. Nunca
ache que Deus só coloca na provação aquele que aparentemente dá motivos para isso, como por
exemplo algum grave pecado que se tenha cometido, mas também aquele que sempre o busca e
teme como Jó (Jó 2.9-10), pois o Pai visa o aperfeiçoamento dos seus. Como diria o sábio: “...e há
um tempo certo para todo propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3.1b). Louvado seja Deus pela
Sua soberania!
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