O termo “cristão” significa “imitadores de Cristo”, e de fato somos imitadores de Cristo vivendo como ele viveu, seguindo sua palavra. Com o tempo a palavra “Cristão” perdeu uma grande parte de seu significado e é geralmente utilizada para descrever alguém que é religioso ou tem altos valores morais, ao invés de ser um verdadeiro seguidor renascido de Jesus Cristo. Só porque se frequenta cultos ou trabalha para igreja não faz de alguém um cristão.
Segundo Charles Hudge, um dos grandes teólogos reformados do século XIX, “ Ser cristão é ser constrangido por um senso de amor do nosso divino Senhor, de tal modo que Lhe consagramos nossa vida”. Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Coríntios 5: 14-15).
Ser cristão não é só apenas crer que Jesus morreu por todos nós, significa “ser constrangido” pelo amor demonstrado nesse fato (João 3:16; Romanos 5:8). Tornar-se Cristão é chegar a crer não somente que Cristo morreu pelo seu povo, mas também que todo seu povo morreu quando Ele morreu e que todos ressuscitamos juntos com Cristo como nova criatura, não para viver pra nós mesmo, mas para vivermos a vida de Cristo e sermos chamados filhos de Deus (Gálatas 5:24; 2:20; 3:26), para isso que somos chamados. Tornar-se um cristão é responder esta pergunta: “Estou convencido de que Cristo morreu por mim e eu morri nEle?” Devemos estar prontos a morrer para o nosso homem natural, negando tudo aquilo que é contra o Senhor, a fim de viver através da graça, no poder do amor dEle e refletir a sua glória através de nossas vidas, dando exemplo de verdadeiros homens de Deus.
Um cristão é uma pessoa que vive sobre o constrangimento do amor de Cristo. O cristianismo não é meramente crer num conjunto de doutrinas a respeito do amor de Cristo. É uma experiência única de ser constrangido por esse amor e contemplar a graça de Deus no nosso dia a dia. John Stephen Piper, pastor, conferencista e escritor americano Batista Reformado, afirma o seguinte: "Assim como o pecado de Adão foi, legal e eficazmente, o pecado de toda a raça, assim também a morte de Cristo foi, legal e eficazmente, a morte de seu povo." Visto que nossa morte já aconteceu, não temos mais condenação (Romanos 8:1-3).
Essa é a essência do amor de Cristo por nós. Através de sua morte imerecida na cruz, Cristo morreu nossa merecida morte, tomando o nosso lugar na cruz e carregando todos os nossos pecados. Ele nos fez livres (Isaías 53:4-6; Gálatas 5:1) e abriu o seu futuro como o nosso futuro para vivermos a sua vida, e por meio dEle chegarmos até o Pai (João 14:6). Como não viver por Aquele que morreu nossa morte, para que vivamos por sua vida?
Ygor Rodolfo Gomes do Santos
